Sabe aquele dia em que você nota seu filho mais agitado, disperso, com sono alterado? Opa, mais um salto de desenvolvimento?! Nossa! Nesses momentos, como promover o bem-estar das crianças, sem recorrer a intervenções farmacológicas? Existem instituições médicas renomadas que apontam o uso dos óleos essenciais em crianças como uma alternativa segura enquanto terapia conjunta para algumas reclamações específicas.
A história de uma mãe engenheira que se tornou especialista em terapias complementares
Para conhecer melhor estes aliados, conversamos com a incrível estrela Erika Muller, aromaterapeuta e acupunturista. Erika é uma coleção dos lugares por onde passou e dos sonhos que cultivou. Iniciou sua jornada na engenharia de alimentos, e em 2007, mudou-se para Nova Iorque, onde viveu por 11 anos, fez mestrado em New York University e apaixonou-se por terapias complementares, acupuntura, homeopatia e óleos essenciais. Após a experiência de parto humanizado no nascimento da segunda filha, conectou-se mais à sua essência feminina e decidiu estudar medicina chinesa e ervas. Em 2018, foi residir em Londres onde se especializou por mais dois anos na área.
Óleos essenciais e como
aplicá-los em crianças
O óleo essencial é um extrato concentrado de moléculas extraídas de uma planta. Erika esclarece que cada gota de óleo essencial equivale de 20 a 30 xícaras de chá da planta, ou seja, é bem forte! Por esta razão, a primeira indicação que ela nos dá é não ingerir o óleo essencial. O indicado é diluir uma gotinha do óleo essencial num outro óleo carreador (como óleo de coco, de amêndoas ou até azeite de oliva) para evitar irritações. “Para uso em crianças, ponha apenas uma gota do óleo essencial para cada 30ml de óleo carreador (cuidado para não cair mais de uma gota!), ou o que equivale a uma concentração de 0,5-2,5%, dependendo da idade das criança, conforme;
- 6 meses-24 meses: 0.25%-0.5%
- 2-6 anos: 1-2%
- 6-15 anos: 1.5%-3%
- > 15 anos: 2.5%-5%
Antes de utilizar, ela destaca que é muito importante que façamos um teste para verificar se a criança não é alérgica: passe um pouquinho do óleo essencial diluído na concentração indicada numa pequena área do tornozelo da criança, aguarde 24 horas e observe para ver se não dá nenhuma reação. Esta etapa não deveria ser dispensada! Após essa validação, use o óleo diluído para massagear o corpo ou, no caso de crianças maiores, ainda passe no pulso da criança e peça para ela inalar o aroma”, explica Erika. Para evitar que bebês ou crianças menores consiga colocá-lo na boca ou nos olhos, ela recomenda aplicar o óleo diluído apenas numa pequena área das costas.
Quais óleos essenciais são seguros para usar em crianças?
Lavanda
O mais popular de todos é o óleo essencial de lavanda. Mas para que ele serve? Agindo no nosso sistema nervoso parassimpático, é responsável por interromper reações do corpo decorrentes de estresse, descarga de adrenalina ou pressão, promovendo a sensação de relaxamento e atuando na nossa digestão. Portanto ele é indicado para ajudar a criança a dormir, contra ansiedade ou insônia.
O óleo essencial de lavanda pode ser usado diluído para massagem no peito ou nas costas. Se a criança for maior, é possível passar no pulso ou na mão e pedir para que inale. Também é possível usar com difusor, mas nunca deixar a noite toda ligado. Ligue-o no quarto antes do momento de dormir, deixe ligado por uma hora e depois desligue. Também é possível diluir cinco gotas em 200ml ou mais de água num borrifador e borrifar sobre a roupa de cama ou ainda embaixo do travesseiro. Não fazer uso contínuo por mais de duas semanas.
Hortelã-pimenta
Outro óleo essencial utilizado em crianças é o de hortelã-pimenta (peppermint), indicado para crianças acima de 30 meses para enjoo e cansaço. Para crianças menores a 30 meses, ele não é indicado, entre outros motivos, porque contém mentol (o ingrediente ativo do Vicks Vaporub, por exemplo), que apresenta riscos para crianças menores.
Limão siciliano
O óleo essencial de limão siciliano (lemon) é indicado para problemas gástricos e intestinais, como ânsia, pois estimula a produção de suco gástrico. Pode ser usado para massagem no corpo ou no pulso para inalar. Geralmente, o uso duas vezes ao dia ajuda bastante, e não por mais de uma semana.
Terapias alternativas não dispensam de um acompanhamento médico
A Erika ainda salienta que a aromaterapia é uma terapia conjunta, ou seja, não descarta o acompanhamento médico, psicológico ou psiquiátrico para uma análise completa do que está acontecendo com a criança. Além disso, comente com o seu pediatra antes de utilizar óleos essenciais numa criança, pois eles podem interferir com a atuação de alguns medicamentos, entre outros motivos.
Cuidados na hora de comprar os óleos essenciais
Antes de comprar o óleo essencial, saiba que existem óleos naturais e sintéticos, não utilize o sintético. É importante verificar;
- Nome da planta (ex. Lavanda)
- Nome da planta em latim (ex. Lavandula angustifolia)
- O componente da planta utilizado para extrair o oleo (folha, flor, semente, casca de árvore ou raiz)
- País de origem
- Processo de extração (ex. destilado a vapor ou espremido)
Isto porque durante a produção ou no processo de extração, muitas vezes, são adicionados aditivos químicos que mantêm-se no óleo essencial, sendo absorvidos pelo organismo.
Para uso em crianças, ponha apenas uma gota do óleo essencial no óleo carreador e cuidado para não cair mais de uma gota!
Erika Muller
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