Este ano os casos de internações de crianças por conta de doenças respiratórias estão em alta e se estenderam por mais tempo. Entenda as motivações e veja as recomendações do pneumologista e pediatra Thiago Caldi de Carvalho, membro do American Thoracic Society e European Respiratory Society

Muitos hospitais têm registrado altas na ocupação de leitos pediátricos na cidade de São Paulo por conta da temporada de doenças respiratórias, que geralmente começa a apresentar queda a partir da segunda quinzena de junho, mas que este ano se estendeu e, apesar de começar a apresentar quedas, ainda é considerada alta. Segundo especialistas, essa extensão dos quadros infantis de doenças respiratórias ainda é reflexo da pandemia de Covid-19, que acabou interferindo na sazonalidade de circulação dos vírus respiratórios.
Entre as faixas etárias que lideram as internações, as crianças de até 2 anos são a maioria, justamente por conta do sistema imunológico que ainda não é tão resistente. De acordo com o InfoGripe, da Fiocruz, os casos de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que é o responsável pela maioria dos casos de infecções do trato respiratório inferior em bebês, têm elevado as estatísticas de internações por Síndrome Aguda Grave (SRAG). De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o VSR corresponde a 80% dos casos de bronquiolite e 50% dos diagnósticos de pneumonia em menores de 2 anos.
Atenção aos sintomas
E a pergunta que não quer calar é: o que eu posso fazer para prevenir que minha criança tenha síndromes respiratórias ou quais são os sintomas que preciso ficar de olho para saber quando levá-la ao médico? Entre os principais sintomas respiratórios estão a tosse e a coriza, mas isso, por si só, não é necessariamente motivo para ir até o hospital. Alguns sintomas associados a eles, no entanto, requerem mais atenção, como: febre que persiste com mais de 48 horas, dificuldade para mamar ou respirar. A falta de ar, aliás, é um sintoma que indica que o caso pode ser mais grave. No caso das crianças maiorzinhas, é fácil identificar a falta de ar, já nos bebês, é preciso um olhar mais atento ao esforço que ele faz para respirar, deixando os músculos do pescoço e entre as costelas mais retraídos durante a respiração. Lábios e ponta dos dedos mais arroxeados também podem indicar um quadro de falta de ar e necessitam de atendimento no Pronto Socorro mais próximo. Crianças com comorbidades, como problemas cardíacos, pulmonares ou imunológicos, requerem um olhar ainda mais vigilante por parte dos pais e responsáveis.
É possível prevenir?
Algumas medidas simples ajudam na prevenção das doenças respiratórias, como nos conta o pneumologista e pediatra Thiago Caldi de Carvalho:
- uso de máscara em locais fechados, com pouca ventilação natural ou com aglomeração de pessoas;
- higienização das mãos, sempre com água e sabão e utilizando o álcool em gel quando estiver na rua, sendo que no caso dos bebês, os cuidados devem ser com a higienização das mãos dos adultos que seguram a criança ou estão próximas dela;
- estudos mostram que ter um cardápio alimentar bem variado e equilibrado, com pratos coloridos é super importante para a imunidade;
- a amamentação é protetora contra doenças respiratórias por conta dos anticorpos presentes no leite materno: aleitamento exclusivo de, no mínimo, 6 meses, e depois seguido por, pelo menos dois anos, são excelentes para a imunidade do bebê neste momento da vida em que ele está mais suscetível às doenças respiratórias;

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- a suplementação também vem sendo bastante estudada em crianças, sendo que temos vários estudos que apontam a importância da suplementação de vitamina D e zinco para a imunidade das crianças;
- evitar o contato próximo com parentes ou amigos que estejam com sintomas, ou utilizando máscara para proteger as demais pessoas da casa que não estão com os sintomas;
- em casos de sintomas, é importante não sair de casa, evitando, assim, espalhar o vírus;
- ficar atento à umidade do ar, já que o tempo seco tende a piorar os desconfortos, então, vale lançar mão dos umidificadores de ambiente;
- manter a carteirinha de vacinação sempre atualizada é fundamental!
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