Curiosa e exploradora por natureza, Nino Vashakidze, não é do tipo que deixa as oportunidades da vida passarem despercebidas. Nascida na Geórgia, estudou nos Estados Unidos, fez MBA em Londres e, além desses países, morou na Holanda e em Dubai. Desde a graduação, Nino sempre deu o melhor de si como profissional e assim, foi crescendo na carreira. Ao longo dos anos, especializou-se em fundos de investimento para startups de tecnologia, e há quatro anos mora no Brasil, onde é diretora financeira (CFO) de uma importante empresa de health care. O Brasil, aliás, passou a fazer parte de sua rota após conhecer em Londres o marido, que é brasileiro. Durante um bom tempo o namoro aconteceu à distância, até que resolveram se casar e Nino topou viver pela primeira vez em terras brasileiras.

Um mundo de descobertas e possibilidades rumo à criação multicultural
Faz quatro anos que Nino mora em São Paulo e há pouco mais de um ano, se tornou mãe da pequena Natália, de 1 ano e 2 meses. A menina é criada de maneira multicultural e cresce ouvindo a mãe falar a língua georgiana, inglesa e o português. “Desde muito novinha, faço questão de mostrar para ela a minha cultura de origem georgiana. Tenho aprendido que o cérebro da criança é muito expansivo e não tenho medo dela fazer confusão de línguas, por exemplo. Queremos mostrar o mundo para ela, fazê-la também explorar o máximo possível”, conta.
Nino também faz questão de manter a filha em contato com os avós, tios e primos que estão na Geórgia. Natália é bem novinha, mas isso não foi impeditivo para que a família viajasse duas vezes para a pequena conhecer e reencontrar os familiares de lá. “E como não podemos ir para lá com a frequência que eu gostaria, a tecnologia nos salva. Minha filha está sempre em chamadas de vídeo com a família toda. E justamente porque me dispus a falar em georgiano com ela, ela entende o que estão dizendo. Esse vínculo que estamos construindo, de acordo com a nossa realidade e as possibilidades, é impagável”, diz.
Foi esse vínculo, aliás, que permitiu que Nino e o marido viajassem para Londres num compromisso que durou cinco dias, enquanto a filha ficou com a família da Geórgia. “Ela não estranhou nada, nem ninguém. Entendemos que aquela era uma oportunidade para ela estar mais próxima da minha família e unimos o útil ao agradável”, lembra.

Criação que estimula a autonomia e a liberdade
Nino reconhece que seu instinto é sempre proteger e querer a filha por perto, mas sua própria história é de conquista e construção de liberdade e autonomia. E ela deseja que a filha também saiba aproveitar cada oportunidade que está por vir. “Queremos criar uma mulher independente, para o mundo, segura e confiante para fazer as próprias escolhas. E já é muito interessante observar como ela está crescendo como ser humano. Ela explora tudo, tem muita curiosidade. E para minha vida isso foi muito importante. Desejo que ela também conheça muitas coisas e culturas diferentes”, diz.

Uma pequena brasileirinha
Uma das características que Nino mais admira nos brasileiros é a energia positiva, o sorriso nos lábios e a troca de afetos. E isso ela também faz questão de vivenciar e ensinar à filha, que nasceu aqui. O contato com a família do marido, que é brasileira, também é muito estimulado. “Tanto é que quando eu resolvi vir ao Brasil, meus sogros moravam no Rio de Janeiro. Com o nascimento da minha filha, eu e meu marido conversamos com eles, e todos resolveram que seria muito melhor estarmos juntos. Meus sogros se mudaram do Rio para São Paulo e são não apenas uma importante rede de apoio para nós, como têm a oportunidade de acompanhar de perto o crescimento da neta, assim como ela fortalece os vínculos com a família paterna. É muito bonito ver a conexão entre eles. E é um ajudando o outro. Vamos nos ajeitando com as possibilidades que temos. Óbvio que eu gostaria de ter toda a minha família perto também, mas já é uma grande dádiva podermos estar junto com a família do meu marido”, conta.

Queremos criar uma mulher independente, para o mundo, segura e confiante para fazer as próprias escolhas…
Nino Vashakidze
Maternidade e carreira: driblando a culpa
Nino reconhece que com a chegada de sua filha e o nascimento dela como mãe, muitos desafios internos passaram a existir. “Eu sempre trabalhei muito. O trabalho sempre foi em primeiro lugar na minha vida, e de repente, a coisa mais importante da minha vida deixou de ser o trabalho e passou a ser esse outro ser humaninho lindo, que é a minha filha, o que é maravilhoso. Mas ao mesmo tempo, não dá mais para querer a vida de antes. Agora meu tempo livre é dela. Lembro que nos primeiros meses de vida, me sentia muito culpada porque não estava mais me dedicando da mesma forma à empresa. E quando ia para a empresa, sentia culpa por não estar com ela. Mas não quero abrir mão de ser a melhor mãe e profissional que posso ser. Sou muito realizada nas duas funções. E sei também que é importante que minha filha saiba que sou feliz por trabalhar, afinal, somos a prova viva que uma mãe feliz cria filhos mais felizes.
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