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Como identificar se seu filho tem alguma neurodiversidade?

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Como identificar se seu filho tem alguma neurodiversidade?

O termo em questão era desconhecido até pouco tempo atrás, mas graças às redes sociais, cada vez mais pessoas têm falado sobre a neurodiversidade. Nossa estrela-convidada de hoje, o neurologista infantil Clay Brites, membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria e colaborador do Instituto Neurosaber, esclarece o assunto

02/03/2023

Cada vez mais cientistas e pesquisadores do cérebro humano têm feito descobertas importantes que ajudam a entender comportamentos, diagnósticos e tratamentos para as mais diversas necessidades. O termo neurodiversidade, ainda pouco conhecido, foi cunhado pela socióloga australiana Judy Singer em sua tese de 1998 para promover a igualdade e a inclusão de “minorias neurológicas”. Ele é usado para descrever as mais variáveis diferenças existentes no cérebro humano. Diferentemente de uma diversidade de cor ou gênero, não é algo visível, o que acaba gerando muitas dúvidas. 


Segundo o programa Neurodiversidade no Trabalho, da Universidade Stanford, entre 15% e 20% da população mundial é considerada neurodiversa. O restante seria classificado como neurotípico. Atualmente a neurodiversidade é vista cada vez mais como um movimento de justiça social, o que é muito importante para romper preconceitos e garantir políticas públicas voltadas a essa população.

Antes de entendermos os principais sinais das principais neurodiversidades classificadas, é importante ressaltar que essas variações cerebrais não são doenças. “O conceito de neurodiversidade aponta que a mente pode funcionar de diversas maneiras e que essas diferenças são apenas variações naturais do cérebro humano”, pontua o neurologista infantil Clay Brites, que é também coautor dos livros “Do que realmente seu filho precisa”, “Mentes Únicas” e “Crianças Desafiadoras” (Editora Gente), e autor e coautor de artigos científicos em sua área de atuação.  

Como identificar se a criança é neurodivergente?

Com essa informação em mente, vamos entender quais são as  neurodiversidades mais comuns, especialmente em crianças. Elas envolvem crianças do espectro ansioso, autista, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), borderline, hiperativo, diversidade de gênero, entre outros. “Estas neurodiversidades demonstram que somos diferentes e temos perfis e modos de reagir ao ambiente diversas do comportamento mais comum e típico. Estes traços são geneticamente determinados e influenciados por fatores estimulados pelo ambiente”, explica o especialista. 


De olho nos sinais

Em relação aos principais sinais de cada neurodiversidade, Clay Brites descreve:

*Autismo: déficit de interação social, tendência ao isolamento, problemas de comunicação social, interesses e comportamentos repetitivos e restritos; 

*TDAH: excessivo déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade, hiperfoco em atividades de interesse e motivação; 

*Dislexia: inabilidade excessiva em compreender leitura  e escrita e desorganização para atividades acadêmicas; 

*TOC: preocupação excessiva com padrões, simetrias, limpeza, busca pela perfeição.

Ajuda profissional

Se há desconfiança que sua criança é neurodivergente, vale buscar ajuda de um neurologista infantil ou psiquiatra infantil para avaliação dos sinais. Psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, psicomotricistas, fisioterapeutas e pedagogos também podem auxiliar na identificação dos sinais e, caso fique confirmado o diagnóstico, o tratamento tende a ser multidisciplinar, podendo incluir algumas dessas áreas citadas. “Para o diagnóstico, são fundamentais avaliação clínica e comportamental, uso de escalas de avaliação, testes padronizados de comportamento e avaliações interdisciplinares, especialmente as de natureza neuropsicológica. Os diagnósticos dependem de uso dos critérios de DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), com questionários padronizados, além de histórico clínico e desenvolvimental, e histórico familiar”, explica o neurologista infantil. 

O acompanhamento pode requerer intervenções em processos neurodiversos que se encontram levando a prejuízos emocionais, afetivos, acadêmicos e laborais; uso de medicações psicofarmacológicas; processos de educação parental e psicoeducação;  adaptações na escola e no ambiente de trabalho. É sempre importante que cada caso seja avaliado individualmente e com bastante cautela para propor as melhores alternativas de tratamentos.

Amor para vencer o medo e o preconceito

Ao descobrir um diagnóstico, é inevitável ter o medo do desconhecido e até mesmo de como as pessoas ao redor da criança irão lidar com a novidade. Mas vale sempre lembrar que o mais importante é que a criança esteja cercada de amor e faça o acompanhamento médico indicado pela equipe de profissionais. Lembrando mais uma vez que ser neurodivergente não é doença. E cá entre nós, cada pessoa é única justamente por suas diferenças. Que cada vez mais a sociedade possa enxergar que ser diferente não é um problema, mas sim uma maneira de olhar o mundo por outras óticas. As crianças nos ensinam diariamente a ter esse olhar generoso. Que possamos aprender com elas!

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