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Postado 21 de dezembro de 2022 em Educação por Stellar
A verdade é que não existe uma única resposta para essa pergunta. As crianças mentem pelos mesmos motivos que mentem os adultos: para se proteger, tirar vantagem da situação ou não decepcionar alguém que ela gosta. A diferença está no nível de complexidade da mentira. E no entendimento que a criança tem sobre isso. “A criança mente em diversos momentos e por diversos motivos. Autores do desenvolvimento como Piaget, acreditam que a criança pequena não mente por mentir e que na verdade, ela altera a realidade em função dos seus desejos ou fantasias. Em geral, crianças pequenas recorrem a “pseudomentiras” quando desejam sair de uma situação difícil inventando uma história”, explica a psicóloga Rebecca Ferreira Carvalho, mestranda em Psicologia pela PUC/Campinas.
Sem intencionalidade
Durante a infância, há dois tipos de mentiras que são mais frequentes: aquela que serve como autoproteção e aquelas mais elaboradas, usadas para proteger ou ajudar outras pessoas. Vale dizer que a criança não tem nenhum obstáculo interior referente à mentira. Rebecca conta que a criança mente como brinca, não sentindo a necessidade de dizer a verdade. “Trata-se da própria estrutura do pensamento espontâneo da criança e não de uma verdadeira intenção de mentir, não sendo nada patológico”, diz. E muitas vezes a mentira é uma ferramenta lúdica usada pelas crianças para viver em seu “mundinho” das fantasias, onde tudo é possível. Quando a criança passa a acessar o conceito de moralidade colocado pelos adultos e passa a escolher e tomar suas próprias decisões, isso marca um passo importante do desenvolvimento.
Pensando de uma forma ampla, as regras são feitas pelos adultos para as crianças. Quando pequenas, as crianças aceitam-nas como definitivas e invioláveis, mas depois essas regras que eram “leis sagradas” passam a ser decisões da própria criança. “A responsabilidade objetiva é um dos passos que marcam o desenvolvimento e a regra moral, assim como o próprio conceito primitivo de moralidade, é despertado na criança, como uma forma de justiça retributiva pelo “crime” cometido e passível de ser punido”, conta a psicóloga.
Quando a mentira deixa de ser um processo natural da criança
Tendo consciência que a mentira faz parte do desenvolvimento da criança e que, na maioria das vezes, acontece sem a intencionalidade de enganar alguém, vale compreender os motivos que levaram seu filho a mentir. Dessa forma, em vez de olhar para a mentira como algo errado e que deve ser sempre punido, você poderá ajudá-lo a lidar com angústias, medos ou frustrações que possivelmente tenham motivado a mentira. Se a mentira faz parte do mundo imaginário e não prejudica a criança ou outras pessoas, não há motivo para preocupações.
Outro ponto importante é olhar para o próprio comportamento familiar, afinal, as crianças absorvem e refletem o ambiente em que são criadas. “O diálogo sempre é o caminho para qualquer problema, seja ele a mentira ou não. Escutar o que as crianças têm a dizer, o que elas estão sentindo e tentar compreender como elas estão entendendo as situações que a cercam é essencial. A mentira veio por qual fator? Está relacionado a qual ciclo? Escola, família, amigos? Tente entender e dialogar, sempre”, aconselha Rebecca.
Como vemos aqui, não há receitas ou manuais para evitar que seu filho minta. E abrir espaço de conexão para entender o que motivou a mentira é um passo importante para a construção de relações de confiança e afeto, em que a criança se sente segura para dizer o que sente e pensa, sem medo de ser punida – e aí usar a mentira como recurso. Faz todo sentido, não é mesmo?
Os perrengues da parentalidade às vezes são mais leves quando entendemos que não somos os únicos que passam por esses momentos. Confira nossa constelação de matérias com histórias, dicas e ideias, assim juntos, podemos aprimorar nesse caminho.
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