Você já deve ter se perguntado se poderia permitir que seu filho faça algumas tarefas em casa. Nesse sentido, mais importante do que entender o que ela está apta a realizar em cada faixa etária, é assegurar que os pequenos possam estar junto aos pais, ou responsáveis, aprendendo através do afeto e olhar confiante de que ela pode cumprir determinadas tarefas, exercitando a autonomia da criança.
Ao proporcionar pequenos desafios, você saberá se são condizentes com a idade ou não. Isso estimula a conquistar novas habilidades. E tem coisa melhor do que o sabor de se desafiar e conquistar novas habilidades? É delicioso para qualquer idade, e deve ser aprendido desde cedo. Incentive sua criança a se desafiar e conquistar. Levantar quando cair e tentar novamente.
Quando entendemos que nesses afazeres simples do dia a dia, como guardar brinquedos, sentar-se sozinho à mesa, fazer a própria higiene, ajudar nas preparações das refeições, tomamos posse da oportunidade de estimular nossos pequenos a irem além do que foram ontem.

Ao proporcionar pequenos desafios, você saberá se são condizentes com a idade ou não. Isso estimula a conquistar novas habilidades. E tem coisa melhor do que o sabor de se desafiar e conquistar novas habilidades?
Adriana Jubran
A tarefa em si serve mais como uma oportunidade de construção de vínculo e desenvolvimento de suas potencialidades. Em vez de analisar se a criança finalizou bem ou mal, rápido ou devagar, parcialmente ou totalmente uma tarefa.
O que vale mesmo, e é infinitamente mais importante, é focar no desenvolvimento emocional-psico-cognitivo. Além de ensinar o prazer em colaborar e conquistar novos desafios.
Vou citar aqui um exemplo de construção da autonomia da criança. Para uma criança de 2 a 3 anos que consegue tirar e colocar as suas roupas, o desafio fica maior ao conseguir tirar a roupa e colocá-la no cesto de roupa suja – meus filhos seguem neste desafio e já estão com 8 anos! Risos.
A partir daí, ensinamos como levar o cesto de roupa suja até a área de serviço. Depois, como colocar roupa na máquina, e por aí vai. É um processo de inclusão, de acompanhamento e evolução. E podemos incluí-los sempre com nosso carinho e supervisão.
Pratique a espera ativa para a autonomia da criança
Espera ativa? Como assim? Isso nada mais é do que estar presente juntamente com a o seu filho, acompanhando o processo e orientando. Aplauda as pequenas conquistas que as estimulam a querer conseguir fazer mais. Ao mesmo tempo em que aguarda com respeito o tempo do seu aprendizado.
Afinal, isso é um desafio para nós, adultos, não é mesmo? É muito mais fácil querermos fazer por eles! Ensinar e aguardar ativamente e pacientemente requer compreender como acontece o aprendizado de nossos pequenos. Segurar a nossa pressa e ansiedade nos colocando à disposição para ajudar as crianças, caso elas demonstrem que precisam de ajuda.
Com conexão, contato e espera ativa, nossas crianças amadurecem e passam a dar conta da própria vida com segurança. Para facilitar o nosso dia a dia, podemos ainda ajustar as nossas próprias expectativas em relação a limpeza e organização da casa. Podemos levar em conta que cada criança tem o seu tempo neste processo de construção de vínculo e conquista de novas habilidades. Cabe a nós proporcionarmos este espaço de confiança e espera ativa e presença amorosa. Todos nós amamos nos sentir úteis e reconhecidos pelo nosso empenho. Nossos pequenos amam colaborar, amam se sentir úteis e serem aplaudidos.
Que possamos ser estimuladores e facilitadores desse processo tão bonito quanto enriquecedor que é participar do desenvolvimento da autonomia da criança, enquanto criamos e fortalecemos nossos vínculos e, de quebra, ajudamos a fortalecer as chances que eles cresçam sendo pessoas mais autoconfiantes.

Tenha em mente que não existe receita pronta e que nem sempre o que funciona em uma família irá funcionar em todas. Permita-se experimentar, adaptar, observar como seu pequeno age diante das tarefas solicitadas. Com frequência, eles nos surpreendem com a sofisticação das conquistas, e passamos a entender que talvez a capacidade deles era maior que as nossas imaginações….E, também acontece que damos essa liberdade, e acaba numa sala bagunçada.

Porém, todo mundo aprende em ambos os casos, não é? O caminho para que eles tenham consciência sobre seus próprios atos passa por um ambiente familiar educacional e emocionalmente seguro. Um lugar onde se tem acolhimento e supervisão.
Gostou de algumas destas ideias sobre como aumentar seu vínculo e aumentar a autonomia da criança? Então, aproveite para conferir outra matéria da Adriana Jubran, onde ela conta, “Mães que entendem sua potência, criam filhos potentes“. Também podem seguir nossas páginas nas redes sociais e conhecer o nosso universo de ideias e produtos em prol de um mundo melhor para a próxima geração. Estamos no Instagram, no Pinterest e no Facebook!

Adriana Jubran
A “Árvore Mãe” é fruto dos muitos anos de Adriana Jubran como pesquisadora e psicóloga, aliado ao desejo de não transferir para seus filhos, os gêmeos Antonio e Luiza, hoje com 8 anos, suas neuroses, para que eles pudessem ser pessoas mais potentes do que ela foi.